Um lápis na mão esquerda e um papel na direita, vou rabiscando palavras sem sentido, deitado na rede, escuto as ondas do mar baterem forte contra as pedras. Paradas, ali, como eu. Lembrando de você, parado, aqui.
A força do hábito me faz viajar e percorrer todo meu passado, pensando em situações que eu não vivi, mas que em sonhos não me parecem tão estranhas, como vc, estranha.
Difícil é entender, por que tudo isso, esse caos, ainda me dá tempo de olhar para o horizonte e enxergar uma pontinha de sorrisos. Nossos sorrisos, nossas palavras, a estranha sensação de que tudo poderia ter acontecido antes, muito antes. A viagem do amor na minha vida é rápida e passageira, às vezes, rápida demais. Aquilo constante que sinto, na verdade dura pouco e logo vem outra. Como a respiração, vc inspira, expira e nunca mais sentirá a mesma sensação novamente, são inspirações de idéias, traçados por palavras confusas, sem sentido, e agora acabo de perceber que eu não sou canhoto e o lápis, lá do começo, está na mão errada.